O latim tem sua origem na região do Lácio, ou “Latium” no original (daí o nome), situada no centro da Itália e em torno da cidade de Roma. O idioma é uma das variações do indo-europeu, como explicamos no post sobre a origem dos idiomas.
A consolidação da República Romana foi responsável pela disseminação inicial da língua na região da Itália, onde duas variações do latim eram empregadas. A alta sociedade romana usava o latim clássico, com forte influência do grego. Era o idioma falado por filósofos, legisladores e políticos. Já as camadas mais baixas da população, como escravos, soldados e comerciantes fazia uso do latim vulgar, que não possuía regras gramaticais tão rígidas.
A grande expansão do idioma se deu quando o Império Romano começou a capturar territórios vizinhos. Na posição de conquistadores, os romanos impunham a sua língua como idioma oficial nas regiões derrotadas e, dessa forma, na medida em que soldados e comerciantes se estabeleciam nesses locais, o latim vulgar se espalhou por toda a Europa, se misturando aos dialetos locais. Foi a época de ouro do latim, que se tornava a primeira língua universal. A conversão dos romanos ao Cristianismo também foi um marco importante na história do latim, que se tornou o idioma oficial da Igreja Católica, adotado em todos os seus rituais e atos burocráticos. A Bíblia havia sido escrita em latim e não havia tradução para nenhum outro idioma nesse período.
A queda do Império Romano no ocidente, no ano 476, marca o início do declínio do latim. Na medida em que os povos bárbaros conquistavam territórios anteriormente sob domínio romano, eles passaram a adotar seus próprios dialetos misturados com o latim, gerando idiomas diferentes por todo o continente. Na península ibérica, o latim se misturou com o galego e o idioma dos povos árabes, gerando por fim o português e o espanhol. Na França, a mutação dos idiomas germânico, franco, gaulês e latim deu origem ao francês. Na Itália, a evolução do latim originou o italiano, que é o idioma mais próximo do que teria sido o latim vulgar. No oriente, apesar do Império Romano resistir até a queda de Constantinopla em 1453, o idioma mais utilizado era de origem grega, e não o latim.
O latim hoje é considerado uma língua morta, pois não possui mais falantes nativos. Ele sobrevive em expressões e principalmente na Igreja Católica, pois continua sendo um dos idiomas oficiais do Vaticano, mas apenas para ritos específicos e documentos. A própria Igreja Católica abriu mão de realizar suas missas exclusivamente em latim nos anos 1960, devido à dificuldade dos fiéis em acompanhar os ritos. Apesar do pouco uso, ainda é possível aprender o idioma em escolas específicas.
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